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MULHERES, SEDUÇÃO E PODER - Elisa Lynch, mulher de mundo e da guerra

MULHERES, SEDUÇÃO E PODER - Elisa Lynch, mulher de mundo e da guerra

ELISA LYNCH, A BELA IRLANDESA QUE, COMO AMANTE DE FRANCISCO SOLANO LÓPEZ, CONQUISTOU O LUGAR DE "RAINHA DO PARAGUAI"

O escritor gaúcho Fernando Baptista (1920-1993) foi autor da obra intitulada: Elisa Lynch, mulher de mundo e da guerra, que narra a história da bela mulher do general Francisco Solano López Carrillo (1827-1870), que foi Presidente do Paraguai. Elisa Alicia Lynch Lloyd, de origem irlandês, viveu entre 1835 e 1886. O autor da biografia, Fernando Baptista (1920-1993), foi galardoado com o 1º Prêmio Literário Nacional em 1985. Gaúcho de Porto Alegre, formou-se em Ciências Políticas e Econômicas e foi jornalista vinculado ao Correio do Povo da capital gaúcha, bem como à Revista do Globo, da mesma cidade. Desempenhou o cargo de técnico em administração da Presidência da República, no Brasil, tendo sido condecorado pelo governo brasileiro e pelo Ministério da Defesa do Paraguai, país onde foi membro honorário do Instituto de História e do Museu Militar.

A parte central deste texto constituiu a minha apresentação à 2ª edição da obra de Fernando Batista, publicada pela Biblioteca do Exército, no Rio de Janeiro, em 2007. Tive a honra de pertencer ao Conselho Editorial da mencionada Editora. A obra divide-se em seis capítulos e um apêndice. Os capítulos receberam os seguintes títulos: I – A Primavera de Elisa. II – O verão de Elisa. III - Nuvens e turbulências. IV - A tempestade. V – O caminho do calvário. VI – O outono de Elisa. No apêndice, o autor relata os passos que foram dados pelos herdeiros de Elisa Lynch, para reaver as posses que ela tinha adquirido no Mato Grosso.

A obra narra, com vivacidade que prende a atenção do leitor do início ao fim, a vida e aventuras de Elisa Alicia Lynch Lloyd, uma bela irlandesa que viveu na segunda metade do século XIX, tendo nascido na cidade de Cork, no seio de uma família de classe média com raízes nobiliárquicas. Parentes próximos de Elisa foram um bispo (seu tio-avô) e um oficial do Exército inglês. No brasão de armas da família aparecia a divisa: Non temere ne timide (sem temer e sem timidez), As palavras do brasão familiar traduziam, perfeitamente, o que seria o norte de Elisa Alicia Lynch Lloyd, uma mulher de fibra, que soube fazer frente à dura realidade, preservando a sua feminilidade.

Casada aos 15 anos com o médico francês Xavier de Quatrefages (quinze anos mais velho), oficial da Legião Estrangeira, Elisa viajou para Argel, acompanhando o marido que para lá tinha sido enviado. A bela irlandesa (que na sua terra teve refinada educação, no Trinity College, junto com moças da aristocracia), não ficou simplesmente trancafiada em casa nas longas horas de ausência do marido. Tornou-se habilidosa amazona e passou a conhecer, em detalhes, a cidade colonial, bem como as defesas do posto avançado das Forças Armadas francesas. Nas escaramuças sangrentas e frequentes com os rebeldes habitantes do deserto, as tropas da metrópole parisiense sofriam constantes baixas. Nos momentos de maior crise, a jovem fez parte de uma brigada voluntária de enfermeiras a serviço do Exército.

Não passou despercebida do universo masculino de aventureiros e militares, que prevalecia em Argel, essa bela loira que cavalgava feito experimentado ginete. Muito cedo despertou paixões arrasadoras, em que pese o fato de a jovem Elisa se manter rigorosamente fiel ao seu marido, o oficial Quatrefages. O comandante militar do Segundo Império em Argel, um sedutor coronel do Exército francês e um jovem conde russo, aventureiro declarado, terminaram batendo-se em duelo, na disputa pela atenção da jovem, que insistia em não trair o seu esposo, que, de outro lado, pendia mais para as beneditinas pesquisas de insetos e endemias tropicais do que para as atenções domésticas de marido devotado. Do duelo de amantes não correspondidos resultou morto o comandante militar, tendo vindo a público a paixão desenfreada dos duelistas pela bela Elisa. O resultado não se fez esperar: o introvertido e inseguro capitão Quatrefages pediu a separação da sua esposa que, desolada, regressou a Paris.

Em companhia de antigas amigas conhecidas em Argel, Elisa frequentou salões badalados da capital francesa, onde se reunia a intelectualidade, bem como as grandes figuras da diplomacia, da política e do mundo empresarial. Numa dessas reuniões, foi-lhe apresentado um jovem general paraguaio, Francisco Solano López (1827-1870), representante diplomático do seu país junto às cortes e governos europeus e que, posteriormente, tornar-se-ia Presidente da República do Paraguai. Eis a forma em que o autor descreve o encontro entre Elisa e o chamado por ela de Napoleão do Paraguai: “Francisco Solano López sorriu, segurou a mão que lhe era oferecida, levou-a aos lábios com a elegância de um nobre madrileño. Ainda em pé, admirou a bela mulher sentada diante dele: cabelos de ouro, ondulados, que lhe lembravam as cascatas paraguaias à luz do Sol do amanhecer; os olhos, de uma tonalidade cinza azulada, agressivos e insondáveis, a pele, de brancura cor-de-rosa. Alta e enxuta como uma dançarina. – Muito me envaidece ser lisonjeado por uma dama tão formosa – retribuiu num francês perfeito. Elisa, encantada com a homenagem, abriu o leque nacarado, escudo da sedução feminina, e o golpeou levemente no ombro nu. – Sinto curiosidade em relação ao Paraguai. Esse nome soa-me romântico (...). – O Paraguai é o país do futuro e da riqueza – respondeu o jovem general, enquanto sentava-se ao lado dela”.

Elisa ficou encantada com o aposto general. Muito rapidamente a admiração converteu-se em paixão, e ela decidiu acompanhar o seu jovem amante de regresso ao país sul-americano. Elisa Lynch passou a ser companheira do general paraguaio (a quem carinhosamente chamava de mon sauvage), apesar da inicial rejeição dos membros da família de Francisco Solano López, bem como das senhoras da tradicional sociedade de Assunção. A sua vida confundiu-se, a partir de então, com o futuro governante dos paraguaios. Para fazer frente ao ambiente de preconceitos criado em Assunção contra a amante do general Solano López, o casal decidiu que ela ficasse morando em Buenos Aires, enquanto o ambiente se tornava menos pesado, notadamente no seio da família do general, que contava sobretudo com a oposição acirrada da mãe de Solano.

Fernando Baptista conta a história de Elisa Lynch, num pano de fundo histórico, muito bem documentado, da vida de Solano López e das peripécias da Guerra do Paraguai. Solano era filho do Presidente paraguaio Carlos Antônio López (1792-1862) que sucedeu ao famoso ditador Gaspar Rodríguez de Francia (1766-1840). Aos 18 anos de idade, Solano López foi nomeado general-de-brigada. Comandou por duas vezes (1846 e 1849) as forças de seu país enviadas à Província de Corrientes para combater o governo argentino de Juan Manuel Rosas (1793-1877). No período compreendido entre 1853 e 1856, Solano López viajou diversas vezes à Europa, onde estudou questões estratégicas e se familiarizou com o sistema militar prussiano e com a organização do Exército francês. Durante suas viagens, comprava armas e munições para as Forças Armadas paraguaias. O jovem general-diplomata contratou técnicos estrangeiros nas áreas de siderurgia, telecomunicações e ferrovias e conseguiu, de outro lado, a ratificação dos tratados comerciais do Paraguai com a França e com a Inglaterra. Frequentou também a corte de Napoleão III (1808-1873), de quem se tornou fervoroso admirador. O propósito estratégico do presidente Carlos Antonio López era tornar o Paraguai uma potência militar no continente sul-americano, a fim de contrabalançar o crescente poderio do Império do Brasil.

Em Paris, como foi destacado anteriormente, Solano López foi apresentado à Elisa Alicia Lynch, que se mudou, inicialmente, para Buenos Aires. A jovem irlandesa, em que pese a sua juvenil idade (na casa dos 20 anos), passou a exercer, paulatinamente, grande influência nos negócios públicos paraguaios e na vida social da pacata cidade de Assunção, tendo transformado a sua casa – quando se mudou para a capital paraguaia – no primeiro salão social, onde eram oferecidos, aos diplomatas, os intelectuais e os altos funcionários do Estado, jantares sofisticados, abrindo espaço para o cultivo da arte da conversação culta entre os integrantes da elite.

Ao ser nomeado, pelo pai, Ministro da Guerra e da Marinha, Solano López adotou, para as Forças Armadas paraguaias, o sistema militar aprendido na Europa, dando ensejo a uma tripla estrutura, em que se misturavam a organização prussiana, a tática napoleônica e os rigorosos regulamentos herdados da tradição militar espanhola. Após a morte de Carlos Antonio López, Francisco Solano reuniu um congresso especialmente convocado para elegê-lo presidente da República por 10 anos, em outubro de 1862.

O problema estratégico fundamental do Paraguai era a saída para o mar. Um país fluvial, considerava Solano López, dependia de quem controlasse o curso dos rios. Daí a razão pela qual o jovem general centrou a parte inicial da sua estratégia na tentativa de dominar o Rio de la Plata. Esse era, para o Paraguai, o único caminho existente para o mar. Ora, essa via estava sob controle estrangeiro. López, com a determinação de obter uma saída independente para o oceano, preparou uma tropa de aproximadamente 80 mil homens. Aproveitando-se da intervenção do Brasil na guerra civil uruguaia, Solano ordenou a captura do navio brasileiro Marquês de Olinda, da Marinha Mercante Imperial, que subia pelo rio Paraguai em direção ao Mato Grosso. Os paraguaios invadiram essa província brasileira, expulsaram as autoridades imperiais e assassinaram numerosos cidadãos. Com essa atitude, o governo paraguaio afetou de maneira negativa os interesses de três países limítrofes: a Argentina, o Uruguai e o Brasil, que observavam com desconfiança o surgimento de uma poderosa máquina de guerra, chefiada por um jovem guerreiro com espírito expansionista. As nações agredidas, como é sabido, constituíram a Tríplice Aliança e deflagraram a guerra em defesa dos seus interesses, ameaçados pelo mais bem estruturado exército do continente sul-americano.

Mas a estratégia de Solano López não parava na pretensão de dominar o curso do Rio da Prata. As suas ambições iam mais longe. O jovem general pretendia reunir, em torno de Assunção, a antiga província espanhola do Paraguai, equivalente a um enorme território que compreendia a região de Corrientes, na Argentina, além, evidentemente, das terras do Paraguai moderno. Uma vez incorporada essa província, pensava Solano López, seria fácil de anexar Buenos Aires, bem como a restante parte do território argentino e algumas províncias brasileiras, como o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso. A seguir, a anexação do Uruguai seria fácil de se imaginar. O sonho do general paraguaio era se tornar uma espécie de Bonaparte dos trópicos, que construiria um grande império hispano-americano, rivalizando diretamente com o Império do Brasil, a fim de disputar com este a hegemonia continental. O sonho de outro déspota da época, Luís Napoleão III da França (1808-1867), era colocar um pé em cada um dos continentes americanos, o do norte no México, com Maximiliano de Habsburgo (1832-1867), e o do sul, com Solano López, que seria erguido à dignidade imperial por um plebiscito que ganharia facilmente.

No início do conflito, López obteve êxitos militares significativos. Porém, logo a guerra evoluiu de forma adversa para o Paraguai. Pesou muito na mudança do curso do conflito a rigorosa política deflagrada pelo Império brasileiro contra o país agressor: o Brasil não aceitaria negociar contra quem atentou contra a integridade da nação e assassinou súditos do Imperador. Foram postas a serviço da defesa do território nacional todas as forças vivas do país, a banca, a diplomacia, a nossa rudimentar indústria e a já testada capacidade dos gaúchos para criar rebanhos vacuns e cavalos. Os estadistas imperiais não pouparam esforços para organizar uma força armada que conseguisse se sobrepor ao poderoso Exército paraguaio, incorporando o que de mais avançado havia em armamento ofensivo e tático. Destaca-se a compra de modernos couraçados da França (foi muito hábil, nesse ponto, a diplomacia imperial, que conseguiu neutralizar os representantes de Solano López em Paris, e pagar antecipadamente os navios de guerra encomendados pelo Governo paraguaio, incorporando-os à Armada brasileira). No terreno tático, vale a pena mencionar a utilização, por Luiz Alves de Lima e Silva (1803-1880), então Marquês de Caxias, de balões de reconhecimento. Estes foram definitivos na tomada da fortaleza de Humaitá, que garantia aos paraguaios o domínio do curso superior do Rio da Prata. Os planos que tinham guiado os paraguaios, em décadas passadas, na construção dos fortes ao longo do Rio, já eram conhecidos dos oficiais do Império, pois tinham sido confeccionados com a assessoria dos engenheiros formados na Real Academia Militar do Rio de Janeiro. Na reação brasileira foi de capital importância a coragem do primeiro comandante das nossas tropas, o general Manuel Luís Osório (1808-1879), e, na segunda parte do conflito, a extraordinária visão estratégica de Caxias, que recebeu do Imperador dom Pedro II (1825-1891), no final do conflito, o título de Duque, como reconhecimento pela sua indiscutível capacidade de liderança, aliada à sua coragem pessoal, ao profissionalismo e à dedicação aos interesses do Império. Embora quem chefiava nominalmente a coalizão fosse o General argentino Bartolomé Mitre (1821-1906), quem de fato exerceu a liderança foi o Marquês de Caxias.

Tão logo o conflito mudou de curso, passando a favorecer os exércitos aliados, surgiu uma oposição à guerra, na população e nas elites paraguaias. Solano deflagrou uma cruel luta de eliminação de quem, no plano interno, divergisse da sua política bélica. Em 1868, acusou vários de seus compatriotas de traidores e conspiradores, mandando executá-los, entre estes o seu irmão Benigno e o bispo Palácios. Foi o denominado Massacre de São Fernando. Já no fim do conflito, as forças paraguaias estavam dizimadas. De um exército de aproximadamente 80 mil combatentes, restavam apenas 250 homens esfarrapados e famintos, que acompanharam o Marechal Solano López e uma pequena agrupação de sobreviventes civis em uma apressada fuga rumo ao Nordeste do País, perseguidos pela tropa de 4.500 homens comandados pelo General Correia da Câmara (1824-1823), visconde de Pelotas. Solano López foi achado ferido e solitário quando tentava atravessar o Rio Aquidabã, após perder a batalha de Cerro Corá. Segundo relatos históricos, mesmo depois de intimado a se entregar, López resistiu com a espada em punho. Morreu lutando perto de Cerro Corá, em 1º de março de 1870, ferido pela lança do soldado brasileiro Chico Diabo (1848-1893) e por um disparo de espingarda do soldado de cavalaria José Soares. Como dizia a quadrinha da época: “O cabo Chico Diabo, do diabo Chico deu cabo”.

Elisa Lynch solidarizou-se com o seu companheiro em todas as etapas da guerra e nos seus planos estratégicos. Imaginava-se uma nova Imperatriz Eugênia (1826 -1920) esposa do Imperador Napoleão III, ou uma nova Josefina de Beauharnais (1763-1814) a imperatriz esposa de Napoleão I (1769-1821). Sonhava em ficar à testa de uma nova dinastia que perpetuaria o seu nome na história do nascente Império do Paraguai.

Mas, se os sonhos de Elisa Lynch contemplavam essa pretensão dinástica, os seus ideais encarnavam, também, em rara simbiose, a valentia das mulheres paraguaias que lutaram na guerra, levando seus filhos até a linha de frente, combatendo com eles, atendendo aos feridos e, muitas vezes, morrendo heroicamente ao seu lado em defesa da pátria. Elisa Lynch acompanhou as tropas paraguaias, vestindo uniforme de coronel do Exército, exercendo as funções de enfermeira-chefe, bem como revisando a construção de trincheiras e supervisionando o abastecimento dos soldados. Chegou a residir, muitas vezes, com os seus cinco filhos nos acampamentos do Exército paraguaio, a fim de não abandonar o seu companheiro nas duras fainas da guerra. Organizou o que seria então o núcleo inicial do serviço secreto paraguaio, constituído por indígenas totalmente fiéis a ela, infiltrados no Exército e nas fileiras inimigas. Pouco antes de falecer Solano López, Elisa teve a tristeza e o orgulho de ver o seu próprio filho primogênito, jovem coronel, morrer combatendo heroicamente contra as tropas brasileiras. Com as suas mãos a heroica lutadora cavou os túmulos dos seus entes mais queridos: o marido, o Marechal Solano López e o seu filho mais velho que ostentava, como frisei, o título de coronel do Exército paraguaio.

 Mas Elisa Lynch encarnava, também, o pragmatismo das mulheres anglo-saxãs, formada que fora no exclusivo Trinity College. Como boa dama de espírito inglês, a companheira de Solano López aproveitou a sua prestigiosa posição para ir amealhando, ao longo dos anos, enorme patrimônio familiar, constituído, basicamente, por duas linhas de acumulação: a proveniente das porcentagens que ganhava sobre os produtos exportados pelo Paraguai, pois tudo era vendido pelos produtores ao Estado, pagando ao Tesouro o que o governo achasse conveniente e embolsando, pela mão da elite governante, a diferença entre o preço de compra e o relativo às vendas no mercado internacional, este evidentemente muito mais elevado, no contexto de um perfeito modelo de patrimonialismo econômico. A segunda fonte de enriquecimento consistia em doações que os paraguaios, adeptos de um poder inquestionável desde a época das Reduções Jesuíticas, generosamente presenteavam ao primeiro mandatário e à sua mulher, como dádivas oferecidas aos deuses. Com esses cabedais assim acumulados, Madame Lynch comprou extensas áreas de terras públicas, tanto no Paraguai quanto na província brasileira de Mato Grosso. Após a sua morte, os filhos contrataram os serviços advocatícios de Rui Barbosa, (1849-1923) para reaverem as terras que tinham sido confiscadas pelos exércitos aliados.

Desterrada após a derrota e morte de Solano López, Elisa viajou com os seus filhos para Londres, onde os deixou estudando em internatos de boa qualidade, passando a residir, sozinha, em Paris. Em decorrência da demora dos seus advogados para reaverem rapidamente os bens confiscados, a outrora poderosa rainha do Paraguai passou a viver pobremente na capital francesa, até adoecer e morrer sozinha, no seu modesto apartamento, no segundo andar do Boulevard Pereyre, nº 55, em 26 de julho de 1886. Elisa tinha então 51 anos de idade. Foi enterrada pelos seus filhos no Cemitério Père Lachesse, em Paris. Sete décadas depois, em 1961, seu corpo foi exumado e trazido de volta ao Paraguai, onde o ditador general Alfredo Stroessner (1912-2006) a proclamou heroína nacional. Seus restos mortais repousam agora no "Cementerio de la Recoleta", em Assunção.