Voltar

NEGÓCIOS E POLÍTICA

NEGÓCIOS E POLÍTICA

PARTE DA BIBLIOTECA DESTE ESCRIBA, COM OBRAS DOS CLÁSSICOS DA POLÍTICA, DO PENSAMENTO ECONÔMICO E DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Meus Amigos, não sou economista, mas confesso que tenho ficado impressionado com os dados veiculados pela imprensa internacional, acerca de progressos do Brasil na área, em que pese as más notícias que, costumeiramente, veicula a mídia nacional. Bem, não ser especialista em economia não impede que compreendamos a “lei da casa”. Isso significa, em grego, “economia”, palavra proveniente dos termos gregos “oikía” (“casa”) e “nómos” (“lei”).

Quem, aliás, conhece bem a “lei da casa” são as “donas de casa”, as mulheres, que regularmente enquadram os seus filhos e maridos para que não gastem além da conta. Bons ministros e gestores da economia foram leigos nessa ciência, como John Locke (1632-1704) que era médico, e que, como Secretário da Associação dos Proprietários da Colônia da Carolina e Secretário da Junta Comercial de Ashley, foi o principal conselheiro econômico de Sir Isaac Newton (1643-1727), que tinha sido nomeado Diretor da Casa da Moeda pelo líder do Parlamento, o 1º Conde de Shaftesbury, Anthony Ashley Cooper (1621-1683). No exercício desse cargo, o grande cientista (que fundou a Royal Society), conseguiu, com a ajuda de Locke, sanear a economia britânica, às voltas com gastos excessivos, mediante um expediente muito simples: não gastar além do previsto no orçamento. Os comerciantes gananciosos, que visavam os favores oficiais, odiaram, mas a sociedade inglesa adorou.

Sem mais delongas, vou mencionar, a seguir, alguns dados que me têm chamado a atenção. O PIB cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano. O desemprego desceu a 10,5%, em face do índice anterior que era de 14,8%, “um resultado realmente surpreendente”, segundo o economista Bruno Imaizumi da LCA Consultores. O índice atual de 10,5 %, equivalente a 11,3 milhões de desempregados, caiu 25% ao ano, contabilizando-se 3,8 milhões de pessoas a menos por fora do mercado de trabalho.

A inflação mensal ficou por baixo das previsões: 0,42 contra os 0,7 previstos. Foi registrado um montante de 362 bilhões de dólares de reservas internacionais. A dívida pública foi de 47,44 bilhões de dólares (dados do último mês de 2021). O Governo Central registrou, em 24 de fevereiro deste ano, um superávit primário de R$ 76,5 bilhões. Observa-se, assim, um superávit fiscal nos últimos 9 meses. O resultado foi superior aos R$ 43,5 bilhões do mesmo mês de 2021, com aumento real (descontada a inflação) de 59,4%. O dólar foi cotizado em 4,74 reais, tendo experimentado uma sensível queda em face dos meses anteriores. Esses resultados tornaram-se possíveis graças aos esforços e diuturna vigilância sobre a economia do país desenvolvidos pelo Ministério da Economia e pelo Banco Central.

O Brasil ascendeu à 10ª posição mundial na classificação internacional da economia, em decorrência do PIB de 1,83 trilhões de dólares, um pouco superior ao da Rússia, que ficou na 11 ª colocação. O Brasil tem, hoje, 96,5 milhões de pessoas ocupadas no mercado de trabalho, contra 65 milhões de desempregados. O percentual de empregados vem subindo há 12 meses, com uma alta anual de 10,3%. Houve, no entanto, queda de renda da população, por causa do avanço dos preços ao consumidor.

Com a perspectiva de entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o PIB brasileiro aumentaria em 0,4% (28 bilhões de reais por ano). De outro lado, a notícia da privatização da Eletrobrás certamente trará um panorama positivo para os inversionistas internacionais. Por último, a melhora sensível da nossa infraestrutura aeroportuária (com as novas concessões), bem como a eficiente gestão do ex-Ministro Tarcísio Freitas no setor de infraestrutura, com obras rodoviárias e ferroviárias pelos quatro cantos do país, tornará ainda mais atrativo o nosso espaço para os inversionistas e facilitará a vida de quem produz, tanto na área industrial como na do agronegócio e no terreno de serviços.

Diante do excelente desempenho, em 2021, do PIB agregado do agronegócio brasileiro, o setor teve uma participação da ordem de 27,4% no PIB, o maior índice atingido desde 2004 (ano em que chegou a 27,53%). A safra de grãos prevista para o ano agrícola de 2021-2022 é de 288,61 milhões de toneladas, segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). Os segmentos primário e de insumos se destacaram no ano passado, com aumentos, respectivamente, da ordem de 17,52% e de 52,63%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (CEPEA), em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Por último, apesar do clima de instabilidade mundial causado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, o governo brasileiro conseguiu manter a importação dos insumos agrícolas provenientes da Rússia. O Brasil importou 11,2 milhões de toneladas de fertilizantes desse país, de janeiro a abril e 42,2 milhões nos últimos 12 meses, segundo cálculos da União Nacional de Bioenergia (UDOP).

Resumindo: a gestão da economia, no Brasil, tem signo positivo. Claro que devem ser reconhecidas mazelas: a principal delas, a pressão exercida sobre o Tesouro pelos novos aliados políticos do governo, situados no Centrão, que não é, com certeza, uma assembleia preocupada diuturnamente com a saúde das contas públicas. Mas daí a afirmar peremptoriamente, como faz a imprensa volta e meia, que o governo Bolsonaro não gerencia adequadamente a economia, há um longo caminho. Poderia ser melhor o desempenho do atual governo. Mas as mazelas não invalidam o grosso dos resultados que, no meu entender, é positivo.

Se estivesse no poder, em lugar de um populista da direita, um dirigente salvador da Pátria proveniente da esquerda alucinada, certamente teríamos outro Mensalão e outro Petrolão em andamento, com a onda de desgraças que acarretaria isso para o nosso país. Convenhamos que Lula, em lugar de apresentar, como candidato, um racional plano de governo, até agora só produziu frases de efeito para o público da militância radical, mas que, se traduzidas em políticas de governo, seriam a “crônica de um desastre anunciado”, como diria García Márquez. Revogaço das leis trabalhistas, rombo total no teto de gastos, canetadas na Petrobrás para reduzir preços dos combustíveis na marra, perseguições e cadeia para aqueles que ousaram criticar Lula (como, aliás, ele mesmo falou há alguns dias), etc., são algumas das novidades prometidas. Em resumo: irracionalidade total!